domingo, 9 de maio de 2010

ANJOS
Mas se Deus existe, querida, e se fez tudo o que somos e vemos, então somos todos feitos de barro. Do pó viemos e para o pó voltaremos. Então, o barro é o mais precioso elemento da natureza. Mas nós insistimos em adorar o ouro, ou a prata, e até mesmo o bronze no deixa orgulhosos. E, se somos, todos, barro, então somos frágeis, flexíveis, especiais.
Anjos existem, não há qualquer dúvida que existem. Eu tenho um (ou é ele que me tem?). Se foi mesmo Deus quem o mandou, ou se ele veio por si, não importa. Importa que chegou, ficou, e é frágil, flexível, especial. Como o barro com que fomos feitos. Isso lhe confere humanidade.
Mas anjos não estão constantemente entre nós, eles são seres que estão acima de nós. Não podemos vê-los com nossos olhos, nem ouví-los, ou sentí-los, com nossos sentidos humanos, não podemos cuidá-los, ou entendê-los, com nossos conhecimentos, não podemos amá-los com nossos sentimentos. É algo assim muito diferente: amar com um toque de pele, falar com um abraço, um sorriso, olhar com os olhos voltados para dentro, comunicar-se com os silêncios. Coisa de nefelibatas. Ou de autistas.

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